31 de jul. de 2011

"O livro" do Du Moscovis

























A cegueira da personagem da peça "O livro" do Du Moscovis, segundo o professor de Teatro Lionel Ficher, deve ser encarada no sentido metafórico. Que bom!!! Digo isso porque também compreendi desta forma. O professor questiona no seu blog quais seriam essas metáforas. Para ele o sentido da cegueira  seria  um ponto de partida para novas percepções, uma espécie de iluminação capaz de alargar a consciência a respeito de si mesmo e do mundo que o cerca, uma reconstrução direcionada a uma nova jornada (...) Achei isso, mas também pensei tantas outras coisas. No inicio há uma recalcitrância da personagem em seguir seu caminho. Luta em vão, a estrada é inevitável. "O livro" detona uma percepção dolorosa e supreendente da existência de uma nova vida. Antes de iniciar sua odisséia contemplativa, a personagem chega a conjecturar que talvez a idéia fosse não ter qualquer idéia. Isso é realmente tentador! Em outro momento ela deseja regressar ao ventre materno, pois lá é um lugar seguro. Isso a afastaria da angústia e do medo de enfrentar o percurso solitário da vida. A trajetória da personagem é a nossa! A visão é uma arrogante ilusão. Com o tempo, nada mais é óbvio. Estamos cegos e impotentes diante do destino.  Seguimos tateando, passo a passo. O caminho da "luz" não tem volta. Não oferece a segurança, tal como a concebemos. É "escuro" mesmo e exige muiiiiita coragem!